quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

SOFREU, MAS POSSOU. BOCA NA FINAL

Com um futebol muito abaixo do tradicional, o Boca Juniors passou para a final do Mundial de Clubes, como era esperado. O resultado, no entanto, não foi o dos melhores: Um magro 1x0 sobre o Etoile Sportive du Sahel, da Tunísia com gol de Neri Cardozo.

O clube tunisiano, responsável pela maior zebra em Mundiais ao vencer o Pachuca na fase preliminar, chegou mais vezes com perigo ao gol de Caranta, que salvou o Boca ao menos três vezes na partida. Os argentinos insistiram em jogar pelo lado esquerdo do campo, com Morel Rodriguez e Neri Cardoso. Em uma exceção, Palacio inverteu a jogada após um toque de Palermo, e tocou para Cardoso, que na pequena área chutou forte, por cima do goleiro.

Na segunda etapa, os xeneizes continuaram insistindo pela esquerda, com algumas jogadas com Ibarra, pela direita. Entretanto, o ex-Monaco e Porto arriscava muito os chutes de longa distancia, nenhum com direção ao gol. Aos 23, o clube argentino ficou com um a menos, já que Vargas tomou o segundo amarelo depois de jogada idêntica à primeira falta: solada. O Boca continuou sofrendo contra ataques, e quase sofreu o empate ao final da partida, com cabeçada de Gilson Silva, que arrancou suspiros da torcida japonesa. Mas o resultado foi mesmo o 1x0.

O adversário do Boca será conhecido amanhã, em duelo entre Milan (ITA) x Urawa Red Diamonds (JAP). O embate começa às 8h30, horário de Brasília, com transmissão do SporTV e ESPN Brasil.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

ARGENTINA EM QUATRO DIAS

Foram praticamente quatro dias fora de combate por conta de outra viagem. E por mais uma vez, o mundo do futebol argentino ficou repleto de notícias, títulos dentre outras coisas. Dentre esses eventos, quatro ganham destaque nesta coluna. O final da novela de Riquelme, que embarcou para o Japão, mas não poderá estar entre os relacionados para os embates; O incrível terceiro lugar de Lionel Messi dentre os melhores do mundo em eleição feita pela revista France Football; o primeiro título do Lanús em campeonatos argentinos; e por fim, a conquista da Sul-Americana pelo Arsenal de Sarandí na noite de ontem.

Começamos por ordem cronológica. No último dia 29, quando ainda preparava minha mala, o astro argentino se mostrou contente em vestir, pela terceira vez, a camisa do Boca Juniors. Suas palavras à imprensa falaram por um todo: “Hoje voltei a ser jogador de futebol. Tomara que possa jogar por muito mais tempo para que termine a história de quando dizem que não quero mais jogar futebol”. Para esclarecer o leitor assíduo, esta frase não foi dito na integra e sim uma mescla de várias falas do argentino. Tudo para resumir o sentimento que ele sente pelo Boca, pela imprensa, do Villareal e principalmente de Manuel Pelegrino. Agora, basta à diretoria do clube argentino não se iludir com uma proposta futura do futebol europeu pelo atleta, o que obviamente irá re-acontecer. Para o bem do clube e do próprio atleta.

O que mais me entristeceu quando cheguei a Recife, foi ouvir em um noticiário dominical que Lio Messi ficou atrás de Cristiano Ronaldo no prêmio da France Football. Sempre ouvi de repórteres da área esportiva que, os jogadores argentinos são mal vistos pelas atitudes de Maradona com a imprensa. Messi teve um ano incrível. Imitou Maradona dentro de campo por várias vezes e marcou dois gols idênticos. Mas não fez nada de mais com a imprensa. Será que aquele gol de mão o colocou no terceiro posto? Já li de um ex-mestre dos gramados e um mestre em colunas jornalistas, que Lio só jogou no segundo semestre. Será? Salvou o Barcelona de uma derrota contra o Real, marcando três gols. Fez aquele golaço contra o Getafe, além de ser destaque em várias partidas na Copa América. Cristiano Ronaldo pôde até ter jogado muito, mas, sem sombra de dúvidas, não mais do que Lio. Convenhamos também que o fato de ele não ter ganhado nem um título com seu clube/seleção colaborou para essa escolha. Os jornalistas também erram, e muito.

A falta de internet onde estive fez com que eu soubesse da conquista do Lanús na noite de ontem. Pelo que não fez os principais times argentinos, mais uma vez o título ficou nas mãos de um clube com poucos títulos nacionais. Nos últimos três campeonatos a taça ficou nas mãos de um clube que ficou na fila por 24 anos e que ganhou apenas cinco taças. No Clausura passado, ficou na mão de um time com 13 títulos, mas que sempre pega uma fila imensa e que ganhou a maioria de seus títulos entre 1967 e 1985. E neste ano, na mão de um clube que só havia vencido a extinta Copa Conmebol, em 1996 e um vice em 1997. Mas também não posso deixar de parabenizar o trabalho destes clubes. Eles fizeram a sua parte e aproveitaram o tropeço dos outros.

Por fim, um clube novo no cenário da primeira divisão conquistou a América pela primeira vez. E nada melhor que vencer um clube com o nome do continente. Surpreendentemente, a taça fora conquistada dentro das quatro linhas. Isso porque o time é do filho de Grondona, presidente da AFA e grande influente na Conmebol e Fifa. Também aproveitou a queda de vários times no decorrer do campeonato, além de ter passado por um destes clubes citados acima, que ficou na fila por 24 anos. Passou por um River Plate apático e teve a sorte de não enfrentar ou Boca ou São Paulo, indiscutivelmente os melhores da América neste ano. Parabéns ao Arsenal de Sarandí.