sexta-feira, 30 de março de 2007

FÚTBOL DE ASCENSO

Por Marcelo Poço


O fútbol de Ascenso vai chegando à sua reta final nas próximas rodadas. Claro, ainda faltam algumas rodadas para o fim do Clausura, e depois ainda virá uma fase final de "mata-matas" de compreensão um tanto truncadas, mas algumas definições já vão se delineando.

Enquanto isso, as rodadas iniciais do Clausura apresentaram diversos fatos curiosos e insólitos:

- O gol no apagar das luzes: Ben Hur e Ferro empatavam em 1x1 em Rafaela, até que, no final do jogo, uma bola é cruzada na área verdolaga e no mesmo instante alguns refletores do estádio se apagam. O juiz não pára o jogo, e no "bate-rebate" a bola sobre para Meloño, que sela a vitória do time da casa. O resultado foi excelente para o Ben Hur, que se afastou de vez dos rivais interioranos que estão na zona do descenso, e colocou o Ferro na Promoción pelo lado dos times metropolitanos.

- O jogo de 6 minutos: Pensando na possibilidade de se aproximar do Chacarita na liderança da B Nacional, o Huracán aceitou jogar os 6 minutos restantes da partida contra o Tiro Federal, em Rosário. A partida ocorrida há 1 mês, fora interrompida aos 39 do segundo tempo por falta de luz, quando o placar apontava 1x1.

Pelo regulamento da AFA, havendo concordância entre as equipes, os minutos restantes podem ser jogador em outra data. E foi o que aconteceu com o Huracán, que topou viajar 400 km para finalizar o jogo e tentar o gol da vitória. Quase que o tiro sai pela culatra, pois o Globo de Parque Patrícios saiu perdendo, mas conseguiu igualar o placar no finalzinho do breve encontro.

- Misericórdia: Na sétima rodada da Primera D, o Atlas, time que é cenário de um reality show sobre futebol na FoxSports, goleou o paupérrimo Centro Español fora de casa por 4x0. Detalhe deste jogo é que todos os gols foram marcados no primeiro tempo, e no intervalo, 2 dirigentes do Gallego foram ao vestiário pedir ao treinador do Atlas que mandasse seu time não marcar mais gols. Foram expulsos, mas curiosamente, não saiu mais nenhum gol no segundo tempo.

- Juventud Unida?: O Yupanqui se manteve nas primeiras posições da D com a vitória fora de casa contra a Juventud Unida por 3x1. Curiosamente, seu adversário não fez jus ao nome. Minutos antes do jogo, houve uma briga generalizada envolvendo jogadores, treinador e dirigentes do clube, nervosos pela má campanha do time no torneio. Mesmo depois de chegarem às vias de fato, o time entrou em campo e perdeu outra.

- Virando a casaca: Pior time da última divisão argentina, à beira da desfiliação, o Centro Español venceu o Central Ballester após 9 jogos de jejum. A curiosidade da partida é que a pequena torcida do Centro presente ao estádio do Lugano, onde mandou o jogo, xingou incessantemente o árbitro da partida, por razões além das habituais: até pouco tempo, o homem de preto jogava profissionalmente pelo Central Ballester.

- Uma mão de tinta: a partida entre Yupanqui e Midland, disputada no estádio do Riestra, teve seu início atrasado em 25 minutos porque as linhas do campo não estavam pintadas quando os times entraram em campo. Só a D mesmo para nos brindar com tantas histórias inacreditáveis!

- Uma mão de tinta 2: Em jogo válido pela nona rodada da Primera B, o Morón recebeu o Comunicaciones em seu estádio, que estava interditado desde o final do Apertura passado. Apesar de não ter saído nenhum gol, o jogo proporcionou momentos raros e bizarros. Logo aos 2 minutos de jogo, o árbitro Alejandro Castro se lesionou e teve que ser substituído pelo primeiro auxiliar.

Quando a partida começou a tomar forma, com o Gallito no ataque, começou uma chuva torrencial que obrigou a torcida a se refugiar debaixo de qualquer marquise e prejudicou demais o encontro. O gramado pesado de Morón se transformou num verdadeiro alagadiço, e o futebol se tornou impraticável. Aos 15 minutos do segundo tempo, o árbitro constatou que a chuva havia desmanchado a marcação das linhas do campo (que haviam sido pintadas no dia do jogo), e diante desta situação, decretou a impossibilidade de sequência do jogo, após reunião com os jogadores e técnicos no campo.

- Preto-no-Branco: A partida contra Estudiantes de Buenos Aires ficará especialmente gravada com amargura pela torcida do tradicional El Porvenir. Não apenas pela derrota em casa por 3x0, mas por um desgosto adicional. Por engano, a torcida do Porve aplaudiu efusivamente a entrada em campo do Estudiantes, que tem uniforme idêntico ao time da casa. Só quando se deu conta do erro passou a vaiar, um tanto constrangida. Só não foi mais constrangedor que a campanha do Blanquinegro, que somou apenas 26 pontos em 32 jogos na Primera B e está quase condenado ao segundo descenso seguido.

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