terça-feira, 30 de outubro de 2007

O QUE ESPERAR DA COPA 2014

Recentemente, fui ao Rio de Janeiro para acompanhar os Jogos Pan-Americanos, evento esse que me desestimulou para o andamento do blog, já que tive pouco acesso aos computadores no local onde estive além do inapto tempo para tal. Com exceção do preconceito, da xenofobia freqüente, da desorganização nas filas, o não respeito dos acentos nos locais de jogos, o evento foi “um sucesso”. Vários elefantes brancos (como a Arena Multiuso, o Velódromo os parques aquáticos, dentre várias outras coisas) foram construídos e deixados para a população fluminense.

E hoje inicia mais um processo para novos elefantes brancos. É verdade que o futebol é a alegria do povo brasileiro, mas alguns estádios não serão tão utilizados após o torneio da Fifa, em 2014. Um bom exemplo é o Mané Garrincha, em Brasília, estádio esse que recebe pouco mais de mil pessoas em suas partidas. Hoje tem capacidade de 44 mil pessoas com projeto de ampliação para 78 mil (números não exatos). Só uma revolução do futebol candango pagará, com receitas dos jogos, a conta da Copa (vale lembrar que Gama e Brasiliense tem estádios próprios: Bezerrão e Serejão respectivamente).

Outros estádios também virarão elefantes brancos. Hoje, o que é o futebol em Amazonas? Quantos clubes o estado têm na primeira ou segunda divisão? Nenhum. E, sem dúvidas, isso não mudará. O Pará da mesma forma (Remo está prestes a cair e Paysandú sequer passou da primeira fase da Série C). Campo Grande, Rio Branco e Cuiabá então, nem se fala!

A segurança, o “trem-bala Rio-São Paulo” podem até melhorar, principalmente porque o PCC, os responsáveis pelos cartéis da droga e o governo adoram o futebol. Rebeliões nas cadeias públicas para que televisões sejam instaladas no presídio no período da Copa existe, e não deixará de existir, uma vez que, mesmo presos, os homens do tráfico comandam o Brasil melhor do que qualquer um (leia-se governo federal). E com essa privatização das estradas interestaduais e a contratação de trens, pode até ser que se melhore alguma coisa, já que o Brasil é um país ‘em desenvolvimento’ e não de terceiro mundo.

Os governantes terão sete anos para mudar tudo isso que citei, além de várias outras coisas ou manter-se na mesmice. A Copa do Mundo de 2014 será no Brasil. A Fifa, de fato, não gostaria que fosse aqui, já que os ingressos populares diminuirão a renda liquida da federação. Mas, será aqui Bom para todos, principalmente para os governadores, burgueses e presidentes. E porque não para nós, já que poderemos ver a Argentina sedenta por um novo Maracanazo.

Agora só nos resta juntar (muito) dinheiro e esperar para vermos. A Copa é do Brasil, mas só a sede, como em 1950. Que assim seja.

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